por frei Mariano Foralosso, op
Nesse mês de Abril, a Família Dominicana do Brasil terá a alegria de receber a vista do Mestre da Ordem, frei Bruno Cadoré. Ele virá para fazer a visita canônica aos frades, conforme as normas das Constituições deles, mas também para encontrar os demais membros da Família Dominicana: as monjas do Mosteiro de São Roque, os leigos dos vários movimentos, das paróquias e dos colégios, as irmãs das Congregações dominicanas presentes no Brasil. O cronograma da visita já foi publicado nos canais de informação da Família Dominicana. O Mestre passará em todos os lugares onde tem uma comunidade dos frades. Em cada etapa poderá ter também um encontro com os membros da Família dominicana que moram no lugar e cercanias.
Algumas informações sobre frei Bruno Cadoré: ele é de nacionalidade francesa. Antes de entrar na Ordem tinha-se formado como médico pediatra. Ele então é esperto em… crianças! Frei Bruno foi eleito Mestre da Ordem no Capítulo Geral de Roma em 2010. Antes era provincial da Província dominicana da França. É um religioso de grande cultura, espiritualidade e experiência de governo.
O que representa o Mestre da Ordem para nós dominicanos e dominicanas? Podemos dizer com esta simples definição: ele é o sucessor de São Domingos! A visita do Mestre significa, então, a visita do nosso Fundador, que ele quase “encarna” na sua pessoa! Sabemos que São Domingos, depois da aprovação da Ordem em 1215-1216, dedicou os últimos anos de sua vida a visitar as comunidades dos frades e das monjas e os grupos dos leigos que iam se multiplicando por toda parte. Foram anos de uma itinerância incansável, para se fazer presente lá onde o novo da “pregação evangélica” estava surgindo: Tolosa, París, Milão, Bergamo, Veneza, Bolonha Florença, Sena, Viterbo, Roma, Montpellier, Barcelona, Segovia, Madri etc.
Para se ter uma ideia mais concreta do que significou para Domingos esta “itinerância” incansável, lembramos que ele, em espírito de pobreza e humildade, viajava sempre de pé; e que para cobrir a distância entre Paris e Roma precisava caminhar por quase dois meses. Em Bolonha, onde morreu na tarde de 06 de agosto de 1221, ele deixou, entre os poucos pertences que levava consigo, o inseparável cajado que o tinha acompanhado fielmente por milhares de quilômetros, seguindo o ritmo dos seus passos. Este cajado ainda existe em Bolonha, guardado entre as relíquias preciosas do nosso Fundador. Domingos procurava estar perto de seus filhos, acolher os novos que queriam entrar, aconselhar e encorajar os que estavam nos primeiros passos, articular a estratégia para as novas fundações e, sobretudo, formar os novos discípulos e discípulas com sua palavra e seu exemplo. O testemunho agradecido dos primeiros seguidores de Domingos nos permite de entender a importância desta presença paterna e amiga do Fundador para o surgimento e o fortalecimento das comunidades da “santa pregação”.
Depois de oitocentos anos, a visita ao Brasil do Mestre da Ordem tem o mesmo sentido: na pessoa de frei Bruno é o próprio São Domingos que vem nos visitar, para nos fortalecer com sua palavra e exemplo, nos ensinar e também nos corrigir, se for preciso. É a atitude evangélica de se fazer próximo, de partilhar a caminhada, de ensinar, aconselhar e encorajar. Assim fez o próprio Cristo, assim fez Domingos, assim vai fazer frei Bruno. Ele virá entre nós como nosso irmão de caminhada!
Em nome da Família Dominicana toda e das Fraternidades do Brasil damos, então, as boas vindas ao sucessor de São Domingos que vem nos visitar!