Caminhada Orante 2013 – Natividade a Romaria do Bonfim

Vem aí mais uma Caminha Orante do Movimento Juvenil Dominicano do Brasil!

A turma do MJD-Porto está se preparando para realizar a sua 3ª Caminhada Orante, que será, também, a 2ª Caminhada Orante promovida pelo #MJDBR este ano.

Sendo uma das atividades oficiais do calendário nacional do movimento dominicano, a Caminhada Orante propicia aos jovens participantes momentos de vida fraterna, reflexão, superação e, principalmente, de diálogo com Deus.

Este ano o grupo sairá de Natividade (TO) por volta das 17h do dia 31/08 e, após o necessário alongamento, partirá para o trajeto de 23 km de pernadas até a cidade de Romaria do Bomfim (TO), com chegada prevista para as 22h.

O merecido descanso vai acontecer na Paróquia Senhor do Bonfim, onde o grupo de jovens se alojará na noite do dia 31. No dia seguinte, após celebrarem a missa com a comunidade, os jovens aproveitarão as águas do Rio Manoel Alves para um momento ’’relax’’ antes de retornarem a Porto Nacional.

Desejamos aos jovens peregrinos uma rica experiência! Depois contaremos as novidades aqui em nosso Blog.

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J(MJ)²D – Rio de Janeiro, 2013

Por Thales Cervi e Bruna Andreotti. 

Ocorreu entre os dias 22 e 28 de Julho, na cidade do Rio de Janeiro, a XXVIII Jornada Mundial da Juventude, evento que voltou à América do Sul na feliz coincidência da regência do primeiro Papa “não-Europeu”, que é, além disso, sul-americano. O Movimento Juvenil Dominicano marcou presença no evento, com uma comitiva de aproximadamente 60 peregrinos dos grupos de Curitiba, São Paulo e Porto Nacional.

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Alguns chegaram na segunda-feira, 22, outros na terça-feira, 23, e outros vieram apenas para o final de semana, mas aproveitaram cada dia com a mesma unidade que o grupo manteve durante toda a semana de eventos. Não havia como deixar de presenciar o Papa Francisco, cujas ideias e palavras se aproximam muito das bandeiras levantadas pelo movimento desde sua fundação no Brasil. Se hoje a mídia diz que o novo Papa está reestruturando a Igreja de cima para baixo, o MJD e outros movimentos juvenis vêm colaborando para uma adaptação de realidade para a Igreja Católica e a JMJ é para nós o símbolo do encontro entre as duas correntes, que um dia com certeza se encontrarão, de baixo pra cima e de cima para baixo, em uma Igreja que mantém sua tradição sempre adaptada às novas realidades.

Foi uma experiência única levantar bandeiras de Frei Tito e Frei Jean entre jovens do mundo todo e mostrar que aprendemos com nossa história como colaborar na edificação de um cristianismo mais humano.

Além do MJD – Brasil, diversos jovens, cada um com sua bandeira, trouxeram sua forma regional específica de adorar ao Deus do Amor para compartilhar com os demais. Um momento de encontro multicultural como esse expõe uma Igreja Católica composta por muitos, milhões de jovens cujo papel se estende para além das areias da praia de Copacabana. Pois o santo Padre insistiu tantas vezes: “não levar o fruto dessa semana adiante é como sufocar uma chama que foi acesa”.

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Quem escuta as palavras de Francisco e vê suas atitudes, aprende com exemplos como um cristão deve se portar nos nossos tempos e se sente no dever de levar a humildade e o amor ao próximo para além da cidade do Rio. Só uma força revolucionária pode modificar as diversas realidades sofridas vividas nos quatro cantos do mundo e só uma juventude revolucionária será capaz de quebrar os muros da indiferença para construir pontes enraizadas no Evangelho do Amor, afinal “hoje em dia, um cristão se não for revolucionário, não é cristão”.

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Toda essa experiência comunitária cultural desperta nos participantes algo que nos acompanha desde o surgimento da humanidade: a espiritualidade. Espiritualidade que vem antes de qualquer Religião, como nos lembrou Frei Betto em sua palestra ministrada no Colégio Santa Rosa de Lima que acolheu o MJD – Brasil. Esse contato com um Frade que tanto lutou pelos direitos humanos do povo brasileiro no período da ditadura, despertou ainda mais essa sede do jovem dominicano, de transformar sua realidade em uma realidade mais próxima do Evangelho. Mais que a juventude que foi ver o Papa, os mais de um milhão de jovens na praia de Copacabana formavam a JUVENTUDE DE CRISTO, aquela que deve buscar, cada vez mais, orientação nas Sagradas Escrituras para uma proximidade espiritual pessoal com o Cristo vivo e, mais ainda, buscar no coração, orientação para acolher o irmão marginalizado, independente do país em que vive.

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A semana da JMJ passou, mas existe uma vida toda pela frente. Quem pôde aproveitar desse momento para crescimento pessoal deve continuar amando, pois não existe base mais sólida para construção de pontes para um mundo melhor.

Abaixo, mais uma partilha de experiência sobre a JMJ, da jovem Bruna Andreotti:

“Muito mais do que ver o Papa, as pessoas presentes deixaram a palavra dele entrar em suas vidas, como a reflexão que tivemos numa oração junto ao grupo, “ouvir e praticar” é isso que esperamos que aconteça.

 Com uma visão pessoal, a Jornada foi algo impossível de descrever, ver o mundo inteiro com o mesmo objetivo, a língua e a cultura deixaram de ser uma barreira, e todos se entendiam através da palavra de Deus.

 Nós Dominicanos tivemos a incrível oportunidade de ouvir as palavras do Frei Betto, que foi, e é um grande homem para a história brasileira e para qualquer pessoa que conhece ao menos um pouco de sua vida. Ele nos motivou a conquistar nosso espaço na ordem, e disso continuar a fazer uma grande obra.

 Na Praia de Copacabana nossas vozes tomavam força, era “a juventude do Papa”, mas gosto de pensar que, além disso, somos “a juventude de Deus”, que aos poucos com pequenas ações, estamos mudando o mundo.

  A convivência entre as pessoas na escola que nos acolheu criou laços entre as pessoas, formou amizades, fez do Movimento Juvenil Dominicano mais unido, mesmo com suas diferenças.

 Ao fim da jornada, o que na verdade penso que é só o começo, estaria mentindo se dissesse que não senti a presença de Deus em nenhum momento, ou o que eu vivi não vai mudar a minha vida daqui em diante, por que vai, o amadurecimento, a visão para coisas, cada passo é diferente, basta ouvir e praticar, levar para vida, e nunca deixar este espírito da JMJ apagar de nossos corações”.

 

Catecismo Jovem, Youcat e JMJ

Por Cesar Henrique, Geovana Brito, Gabriel Lanzillotta e Victor Alarcon.

Em meados de maio, quando a Jornada Mundial da Juventude 2013 no Rio de Janeiro se aproximava, recebemos um punhado de livrinhos amarelos que logo descobrimos se tratarem do Youcat. A Igreja disponibilizou esses livros para que, na época, os jovens se preparassem para a JMJ. Enxergamos nesses livros uma oportunidade de conhecer respostas que a Igreja dá para perguntas como: “Em que cremos?”, “Como celebramos os mistérios cristãos?”, “Como devemos orar?”, sobre o quê um cristão acredita. Como Dominicanos, logo tivemos a ideia de estudar esse documento em grupo. Desde então esse grupo se reuniu quinzenalmente aos sábados na Paróquia Santuário São Vicente de Paulo.

JMJ_RIO_2013

Após o Concílio Vaticano II, vários aspectos da igreja foram “atualizados”, gerando diversas dúvidas. Em 1992, o Papa João Paulo II entregou a todos os fiéis do mundo o Catecismo da Igreja Católica. Anos mais tarde, Bento XVI apresentou o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, que espelha fielmente na estrutura, na linguagem e nos conteúdos o Catecismo da Igreja. Desde então surgiu a necessidade de adequar a linguagem para que os jovens também se interessassem pelos documentos. O Youcat é uma adaptação para os jovens de hoje poderem estudar o Catecismo da Igreja Católica.

Youcat_Livro_Amarelo

YOUCAT é a abreviatura de Youth Catechism (Catecismo Jovem). Ele tem a mesma estrutura do Catecismo da Igreja Católica e é composto por 527 perguntas simples, com respostas que exprimem a fé da Igreja Católica. O livro existe não somente para preparar os jovens para a Jornada Mundial da Juventude, mas também para auxiliar todos que buscam viver verdadeiramente como Cristãos. Nele é explicado e esclarecido diversas características desde antes do nascimento da Igreja até os dias de hoje. Um instrumento muito útil e de fácil utilização destinado aos jovens.

Por ser pensado justamente para jovens, o Catecismo teve como diferencial um projeto gráfico com muitas imagens e textos complementares, além da linguagem acessível. Traduzido em dez línguas diferentes (alemão, inglês, francês, espanhol, polaco, italiano, português, holandês/flamengo, checo e eslovaco), é o Catecismo oficial das Jornadas Mundiais da Juventude.

O Youcat foi desenvolvido por um número considerável de padres, teólogos e professores de religião, com o auxílio do cardeal Christoph Schönborn, devido ao desejo do Papa João Paulo II de reunir bispos de todo o mundo para escrever um verdadeiro, e não apenas uma composição de diversos textos.

Um livro que mostrasse aquilo em que a Igreja Católica hoje crê e como se pode crer. Para isso confiou ao Papa Bento XVI a tarefa de coordenar o trabalho dos bispos e fazer com que o tal livro surgisse, com o título antiquado de Catecismo da Igreja Católica, mas que fosse completamente novo e excitante.

Nossa história com o Youcat

Youcat_Catecismo_Jovem

O estudo é um dos três elementos que fazem com que nossa pregação seja de melhor qualidade. Após recebermos o sacramento do Crisma e passarmos a acompanhar os encontros da nova turma de crismandos da nossa paróquia – a São Vicente de Paulo -, sentimos a necessidade de conhecer mais profundamente o que a Igreja fala sobre o que é ser Cristão.

Percebemos que estudar o Youcat é uma necessidade que temos, pois ele é compreensível e de fácil consulta, que podemos usá-lo para esclarecer nossas dúvidas e transmitir com mais clareza as mensagens que estão contidas neste livro sobre fé, amor e tudo que a doutrina cristã prega.

Precisamos aprender cada vez mais sobre o catecismo da nossa igreja e nos mantermos informados sobre questões de tema religioso, sobre a posição da igreja quanto a elas. Mas também precisamos sempre “renovar a fonte de onde bebemos”. Precisamos de um lugar onde possamos tirar ensinamentos, dúvidas, esclarecimentos… enfim, precisamos de algo para renovar o sentido de nossa vida.

A proposta do Youcat parece ser uma ótima opção para fazermos isso. Mas muitas vezes é difícil enxergarmos sozinhos todos os esclarecimentos possíveis, e daí surge a necessidade de fazermos um grupo de estudos. Em grupo não só estudamos, mas também partilhamos da experiência do estudo, além de exercitarmos a vida fraterna, outro ponto que sustenta a pregação dominicana.

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Alguns dos participantes nos falaram sobre essa experiência de estudo em grupo:

Estou lendo o Youcat, comecei a conseguir entender mais a Igreja e cada vez mais me interessar. Sozinho seria muito chato, mas em grupo é mais dinâmico. Estou gostando e é muito bom.” – Por Erick Vinícius Borges

“Eu estou achando muito legal estudarmos o Youcat, pois é uma maneira de vermos de outro jeito alguns pontos que a igreja discute e também uma maneira de nos aprofundarmos em assuntos que nos são passados no Crisma.” – Por Marcelo Rossi Locateli

“O Youcat está nos proporcionando encontros de formação muito importantes para o conhecimento de nós, jovens cristãos, sobre a complexa história do nosso cristianismo. Sabemos que esse estudo não é o suficiente para nos tornarmos sábios, entretanto seguimos no caminho de aprofundamento desse saber.” – Por Mayara Lopes

E esse é só o começo. Nossa Igreja é muito rica e bela, o Youcat é só o começo de uma prática que deve ser sempre presente na vida de um dominicano, jovem ou não: o estudo.

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Semana de São Domingos – Oração ao pai

Este é o último post da nossa série de publicações em celebração à Semana de São Domingos – que teve seu dia comemorado na quinta-feira (8/8). Nestes dias, tivemos a oportunidade de ler textos de Bento XVI, Frei Chenu e do coordenador nacional do MJD Brasil, Leonardo de Laquila.

Apesar de terem sido escritos em épocas distintas e a partir de pessoas e experiências diferentes, todos os textos se complementaram. O conteúdo que vimos esta semana no blog mostra o quão revolucionário foi e é o carisma de nosso pai São Domingos.

É nisso que devemos nos inspirar e transformar em ações no dia-a-dia da comunidade em que vivemos. Para fechar bem a semana, leiam abaixo a Oração a São Domingos.

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Oração ao bem-aventurado pai Domingos

Sacerdote santíssimo de Deus, confessor admirável, Bem-aventurado pai Domingos! Tu que és puro, eleito do Senhor, querido e amado por Deus com predileção. Tu que és glorioso pela vida, pela doutrina, pelos milagres! Nós nos alegramos em possuir-te por intercessor, junto ao Senhor, nosso Deus.

A ti a quem, entre todos os santos e escolhidos de Deus, consagro uma especial devoção, quero clamar, do íntimo de minha alma, neste vale de misérias. Eu te suplico, ó pai boníssimo, que socorras a minha alma pecadora, sem virtude e sem santidade, manchada que está de muitos defeitos e pecados.

Acode à minha alma culpada e triste, ó alma bendita e feliz deste homem de Deus, enriquecida pela copiosa benção da graça divina! Tu não só foste elevado ao descanso ditoso, à mansão da paz e à gloria celestial, mas quantos não foram atraídos a essa mesma bem-aventurança pelo admirável exemplo de tua vida, animados pelos teus suaves conselhos, instruídos pela tua sã doutrina, imantados por tua palavra de fogo. Sê-me pois propício, ó Bem-aventurado Domingos, e inclina os teus piedosos ouvidos à voz de minha súplica.

Minha alma pobre e indigente, em ti se refugia e prostra-se em tua presença com a maior humildade. Minha alma débil, arrasta-se penosamente aos teus pés. Minha alma agonizante, com todas as forças te suplica que te dignes, com teus poderosos méritos e a tua clemente intercessão, vivificá-la, curá-la e cumulá-la com o dom de tua benção trasbordante. Eu sei, eu tenho plena certeza que tu podes fazê-lo. De tua grande caridade, espero que o queiras. Eu confio que alcançarás quanto pedires da imensa misericórdia do Salvador.

Sem sombra de dúvida eu creio que nada te negará Jesus Cristo, teu íntimo amigo, teu amado e entre todos escolhido. Dele, que embora teu Senhor e Deus, é no entanto teu amigo, obterás tudo o que quiseres. O que poderá o amado negar a quem tanto ama? Que não retribuirá a quem tudo abandonando entregou-se a si mesmo e tudo o que é seu? Assim o cremos e eis o motivo de nosso louvor e veneração.

Desde a idade mais tenra, consagraste tua virgindade ao esposo das virgens; aformoseado pela água batismal e adornado pelo Espírito Santo, ofereceste a tua alma ao Rei dos reis, no altar do mais casto amor. Nutrido na vida cristã desde o princípio, encaminhaste teus passos para as alturas da santidade. Crescendo de virtude em virtude, avançaste sempre no caminho da perfeição. De teu corpo fizeste uma hóstia viva, santa e agradável a Deus. Instruído pela doutrina do Alto, inteiramente te consagraste ao Senhor. Tomaste resolutamente o caminho da santidade, desprendendo-te de tudo o que é temporal, para seguir o Cristo despojado, preferindo antes juntar tesouros para a vida eterna do que para a vida presente. Renunciando-te a ti mesmo, e tomando corajosamente a tua cruz, procuraste imitar os exemplos de nosso Mestre e Redentor. Devorado pelo zelo de Deus e pelo fogo do Alto, te consagraste ao serviço da vida apostólica, incitado por tua imensa caridade e obedecendo a teus anseios de perfeição evangélica, e para tão nobre fim é que fundaste a Ordem dos Pregadores, realizando assim os desígnios de Deus. Com teus gloriosos méritos e exemplos iluminaste a Santa Igreja espalhada por todo o universo. Deixando esse cárcere do corpo, subiste gloriosamente à pátria dos eleitos. Cingido com a veste da glória, estás diante do trono de Deus para interceder por nós.

Rogo-te, pois, que me ajudes a mim e a quantos me são caros. Como também a todo clero, ao povo todo a ao piedoso sexo feminino. Tu, que com tanto zelo, anelaste pela salvação do gênero humano. Entre todos os santos, és minha esperança e meu consolo, depois da Bem-aventurada Rainha das Virgens. De ti me me socorro. De ti me acerco. A teus pés me prostro.

Suplicante, invoco-te e imploro como Patrono; a ti me recomendo com devoção. Digna-te, pois, eu te peço, receber-me, guardar-me com bondade, para que, ajudado pela tua proteção, mereça alcançar a desejada graça de Deus, encontrar sua misericórdia e obter, enfim, para minha salvação, os remédios da vida presente e futura.

Alcança-me tudo isso, ó Mestre, alcança-me. Que tudo isto me seja dado, eu te suplico, ó chefe ilustre, ó glorioso pai, Bem-aventurado Domingos. Socorre-me, eu te rogo e a todos que te invocam. Sê para nós verdadeiramente Dominicus, guarda vigilante do rebanho do Senhor.

Vela sempre por nós e conduz aos que a ti se recomendaram. Corrigi-nos e, corrigidos, reconcilia-nos com Deus. Depois deste exílio, apresenta-nos jubilosos ao Senhor e ao Nosso Salvador Jesus Cristo, Filho muito amado e Altíssimo de Deus, cuja honra, louvor, glória, gozo inefável e eterna felicidade, com a gloriosa Virgem Maria e toda corte dos moradores celestes, permanecem sem fim pelos séculos dos séculos.

Semana de São Domingos – por Leonardo de Laquila

A renovação da vida religiosa é um dos pontos abordados no 3º dia da série de posts em comemoração à Semana de São Domingos.

De maneira simples, porém esclarecedora, Leonardo de Laquila, integrante do MJD-BR e autor da reflexão – com o auxílio de textos Dominicanos -, nos mostra a diferença da vivência do carisma antes e depois do surgimento de Domingos de Gusmão.

Após a leitura, convidamos você a refletir sobre as três perguntas elaboradas no fim do texto!

São Domingos

‘Novidades’ do carisma de Domingos

Por Leonardo de Laquila

São Domingos nasceu em Caleruega, na Espanha, em 24 de junho de 1170, e faleceu em Bolonha, na Itália, no dia 6 de agosto de 1221. Filho de Joana de Aza e Félix de Gusmão, Domingos nasceu na zona de fronteira do Reino de Castela. Seus pais pertenciam à pequena nobreza guerreira, encarregue de assegurar as guarnições militares da fronteira com o sul dominado ainda pelos muçulmanos.

O pai queria entusiasmá-lo pelas armas, levando o menino para o meio de seus soldados; porém Domingos preferia andar com a mãe, mulher faminta por ajudar os inúmeros Humanos atingidos pela Guerra.

Conta a tradição que Dona Joana, quando grávida de Domingos, certa noite sonhou que dava à luz a um cachorro branco e preto que segurava na boca uma tocha, com a qual ia incendiando todos os lugares onde passava.

Preocupada com um sonho tão real e medonho, foi às pressas visitar o mosteiro de São Domingos de Silos, e pediu ao monge que fizesse a interpretação daquele sonho. Na intimidade de sua oração ouviu a seguinte resposta: “Seu filho será um fervoroso pregador do Evangelho e com sua palavra atrairá muitos a conversão”.

Mais do que um Homem de Deus, Domingos foi um grande reformador da Igreja, alguém capaz de olhar para além das estruturas clericais na busca de uma forma mais eficiente de evangelização das que eram praticadas em sua época.

No tempo de São Domingos, a vida religiosa se resumia praticamente a uma única expressão, ou seja, era essencialmente monástica e contemplativa. Os cônegos regulares, presbíteros (padres) que vivem sob uma regra, presentes no séc. XII, não eram propriamente religiosos. Eles compunham uma comunidade em torno de certos bispos, e tinham como funções principais as celebrações da Missa e, principalmente, da Liturgia das Horas.

São Domingos inaugura uma forma totalmente nova de vida consagrada. A partir de sua “compaixão” para com o povo desassistido, ele busca articular de maneira equilibrada os elementos da vida contemplativa com as exigências da vida apostólica. Foi uma verdadeira “refundação da vida apostólica”, e ao mesmo tempo uma “refundação da vida cristã”. Percebendo o abismo entre a Igreja e o povo, Domingos se inspira no estilo de vida do próprio Jesus Cristo junto com seus discípulos. “Ele abandona o cavalo e as facilidades dos monastérios e parte para uma vida chamada então de mendicante”.

São Tomás, indagado sobre o estilo missionário de vida levado pela Ordem surgente, já que os Frades mesmo vivendo sob uma Regra Regular não se mantinham encarcerados em um Monastério, responde: “nosso claustro é o mundo”.

Contemplação e ação, por causa desta “refundação” do estilo de vida consagrada que São Domingos é considerado como o “patriarca” da vida religiosa e cristã modernas.

Para entendemos as dimensões desta “revolução” trazida pelo Santo de Calaruega, é preciso confrontar a forma de consagração religiosa da tradição monástica com a nova forma de consagração e de missão que brotou do coração compassivo de Domingos.

VIDA MONÁSTICA                                                         VIDA DOMINICANA
‘fuga’ do mundo                                               inserção, compromisso no mundo

contemplação                                                               contemplação e ação

oração e trabalho manual                                oração e estudo, para a pregação

propriedade comunitária                                            mendicância, partilha

estabilidade                                                                    itinerância apostólica

regime ‘patriarcal’ do abade                                       regime ‘democrático’

inserção local                                                                  cidadania universal

pregação e missão local                                            pregação e missão universal

>>> Modelo inspirador: a vida de Jesus e da comunidade dos Apóstolos.

Reflexão de grupo:

1) Quais elementos desta ‘refundação’ de Domingos aparecem mais autuais hoje?

-para a vida religiosa?
-para a missão apostólica?

2) Quais elementos parecem hoje ‘obsoletos’ ou questionáveis no carisma de Domingos?

3) Será que a atualidade (ou menos) do carisma de Domingos é a mesma para homens e mulheres, frades, irmãs, monjas leigos/as, na Família Dominicana?

Semana de São Domingos – por Frei Chenu, o.p.

Neste 2º dia da série de posts em celebração à Semana de São Domingos, publicamos a seguir um texto de Frei Chenu, op. Francês, professor, teólogo, especialista em Idade Média, entre tantos outros títulos, ele morreu em 1990, aos 95 anos. Como herança, nos deixou diversas obras literárias inspiradoras.

O texto abaixo foi escrito em 1981. Nele, Frei Chenu fala da importância do carisma na vida do cristão. O conteúdo relembra a transformação vivida na sociedade e na igreja em meados de 1200, com a participação incisiva de jovens engajados, com consciência crítica e dispostos a modificar uma estrutura hierárquica atrasada.

Nesse contexto, Frei Chenu mostra a relação e as semelhanças dos carismas de Domingos de Gusmão e Francisco de Assis, que, segundo ele, são “as testemunhas do despertar do Evangelho”.

Boa leitura a todos e continuem nos acompanhando nessa semana de reflexão e conhecimento!

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O Carisma de São Domingos

Por Frei Chenu, o.p.¹

A história da Igreja é constituída por duas tramas, cuja interferência continua, no inundo, o mistério da humanização de Deus no Cristo. Uma dessas tramas é composta pela ação e o desenvolvimento de instituições visíveis que dão a Igreja a figura de toda sociedade, com suas assembleias, suas hierarquias, seus poderes, seu povo. A outra é toda interior, e não pode ser percebida e analisada senão em seus efeitos: é a presença e o trabalho Espírito Santo nas almas que progridem assim na santidade; é a obra daquilo que a teologia e a catequese chamam de graça santificante. Nesta perspectiva, a história da Igreja é então a história da santidade, tanto no modesto ritmo da vida cotidiana, quanto na irradiação de seus mestres eminentes.

Os historiadores parecem não ter discernido suficientemente os dois elementos que compõem esta segunda trama, cuja estrutura, dinamismo e finalidade são muito diferentes. Enquanto a graça santificante, acima mencionada visa a estabelecer cada um dos crentes na comunhão com Deus no Cristo, já que é constituída por uma relação pessoal toda íntima, um outro regime da graça dota o cristão dos recursos necessários para o cumprimento de uma função na Igreja: o Espirito lhe é dado para construir a Comunidade, cujos múltiplos órgãos e cujas evoluções coletivas realizam a participação na vida divina do Povo de Deus como tal. Trata-se de graças “sociais”. A teologia e a catequese chamam-nas de “carismas”, isto é, são graças duplamente gratuitas, pois não são apenas dons do amor de Deus, como também dons para os outros e não para as pessoas que as recebem.

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Semana de São Domingos – por Joseph Ratzinger

Caros amigos, boa tarde!

O dia de São Domingos de Gusmão é celebrado na próxima quinta-feira (8). Para comemorar essa data, publicaremos durante toda esta semana alguns textos que falarão sobre a vida do Santo de Caleruega e o surgimento da Ordem dos Pregadores.

Além de relembrar um pouco da história da criação da Família Dominicana, os posts trarão reflexões sobre a importância da vivência do carisma de São Domingos no nosso dia-a-dia.

Iniciamos hoje a série com um texto escrito pelo então Papa Bento XVI (ou Bispo Emérito de Roma, Joseph Ratzinger) durante Audiência Geral, realizada em 3 de fevereiro de 2010. O conteúdo nos mostra uma descrição da figura de São Domingos desde a fundação da Ordem até sua morte, em 1221.

Aproveitem a leitura e boa ‪‎Semana de SãoDomingos a todos!

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“Papa Bento XVI

Audiência Geral

Quarta-feira, 3 de Fevereiro de 2010

São Domingos de Gusmão
Caros irmãos e irmãs

Na semana passada apresentei a figura luminosa de Francisco de Assis, e hoje gostaria de vos falar de outro santo que, na mesma época, ofereceu uma contribuição fundamental para a renovação da Igreja do seu tempo. Trata-se de São Domingos, fundador da Ordem dos Pregadores, também conhecidos como Padres Pregadores.

O seu sucessor na orientação da Ordem, Beato Jordão da Saxónia, oferece um retrato completo de São Domingos no texto de uma oração famosa: “Inflamado de zelo por Deus e de ardor sobrenatural, pela tua caridade sem confins e o fervor do espírito veemente, consagraste-te inteiramente com o voto da pobreza perpétua à observância apostólica e à pregação evangélica”. É ressaltada precisamente esta característica fundamental do testemunho de Domingos: ele falava sempre com Deus e de Deus. Na vida dos santos, o amor pelo Senhor e pelo próximo, a busca da glória de Deus e da salvação das almas caminham sempre juntos.

Domingos nasceu em Caleruega, na Espanha, por volta de 1170. Pertencia a uma nobre família da Velha Castilha e, ajudado por um tio sacerdote, formou-se numa célebre escola de Palência. Distinguiu-se imediatamente pelo interesse no estudo da Sagrada Escritura e pelo amor aos pobres, a tal ponto que chegou a vender os livros, que na sua época constituíam um bem de grande valor, para socorrer com o lucro as vítimas de uma carestia.

Tendo sido ordenado sacerdote, foi eleito cónego do cabido da Catedral na sua Diocese de origem, Osma. Embora esta nomeação pudesse representar para ele algum motivo de prestígio na Igreja e na sociedade, ele não a interpretou como um privilégio pessoal, nem como o início de uma carreira eclesiástica brilhante, mas como um serviço a prestar com dedicação e humildade. Não é porventura uma tentação, a da carreira, do poder, uma tentação da qual não estão imunes nem sequer aqueles que desempenham um papel de animação e de governo na Igreja? Recordei-o há alguns meses, durante a consagração de alguns Bispos: “Não procuremos o poder, o prestígio e a estima para nós mesmos… Sabemos como as coisas na sociedade civil e, com frequência, também na Igreja sofrem pelo facto de que muitos deles, aos quais foi conferida uma responsabilidade, trabalham para si mesmos e não para a comunidade” (Homilia durante a Capela Papal para a Ordenação episcopal de cinco Excelentíssimos Prelados, 12 de Setembro de 2009).

O Bispo de Osma, que se chamava Diogo, um pastor verdadeiro e zeloso, observou depressa as qualidades espirituais de Domingos, e quis valer-se da sua colaboração. Juntos, partiram para o Norte da Europa a fim de realizar missões diplomáticas que lhes eram confiadas pelo rei de Castilha. Viajando, Domingos descobriu dois desafios enormes para a Igreja do seu tempo: a existência de povos ainda não evangelizados, nas extremidades setentrionais do continente europeu, e a laceração religiosa que debilitava a vida cristã no Sul da França, onde a acção de alguns grupos heréticos criava confusão e o afastamento da verdade da fé. A acção missionária a favor daqueles que não conheciam a luz do Evangelho e a obra de reevangelização das comunidades cristãs tornaram-se assim as metas apostólicas que Domingos se propôs alcançar.

O Papa, que o Bispo Diogo e Domingos visitaram para pedir conselho, pediu a este último que se dedicasse à pregação aos Albigenses, um grupo herético que defendia uma concepção dualista da realidade, ou seja, com dois princípios criadores igualmente poderosos, o Bem e o Mal. Por conseguinte, este grupo desprezava a matéria como proveniente do princípio do mal, rejeitando até o matrimónio, chegando mesmo a negar a encarnação de Cristo, os sacramentos em que o Senhor nos “toca” através da matéria, e a ressurreição dos corpos. Os Albigenses apreciavam a vida pobre e austera – neste sentido, eram também exemplares – e criticavam a riqueza do Clero daquela época.

Domingos aceitou com entusiasmo esta missão, que realizou precisamente com o exemplo da sua existência pobre e austera, com a pregação do Evangelho e com debates públicos. A esta missão de pregar a Boa Nova ele dedicou o resto da sua vida. Os seus filhos teriam realizado inclusive os outros sonhos de São Domingos: a missão ad gentes, ou seja, àqueles que ainda não conheciam Jesus, e a missão àqueles que viviam nas cidades, sobretudo nas universitárias, onde as novas tendências intelectuais eram um desafio para a fé dos cultos.

Este grande santo recorda-nos que no coração da Igreja deve sempre arder um fogo missionário, que impele incessantemente a fazer o primeiro anúncio do Evangelho e, onde for necessário, a uma nova evangelização: com efeito, Cristo é o bem mais precioso que os homens e as mulheres de todos os tempos e lugares têm o direito de conhecer e de amar!E é consolador ver que até na Igreja de hoje são muitos – pastores e fiéis leigos, membros de antigas ordens religiosas e de novos movimentos eclesiais – que com alegria despendem a sua vida por este ideal supremo: anunciar e testemunhar o Evangelho!

Voluntariado MJD - SP 2011

Depois, a Domingos de Gusmão uniram-se outros homens, atraídos pela mesma aspiração. Deste modo, progressivamente, da primeira fundação de Toulouse teve origem a Ordem dos Pregadores. Com efeito, Domingos em plena sintonia com as directrizes dos Papas do seu tempo, Inocêncio III, Honório III, adoptou a antiga Regra de Santo Agostinho, adaptando-a às exigências de vida apostólica que o levaram, bem como os seus companheiros, a pregar passando de um lugar para outro, mas depois voltando aos próprios conventos, lugares de estudo, oração e vida comunitária. De modo particular, Domingos quis dar relevo a dois valores considerados indispensáveis para o bom êxito da missão evangelizadora: a vida comunitária na pobreza e o estudo.

Antes de tudo, Domingos e os Padres Pregadores apresentavam-se como mendicantes, isto é, sem vastas propriedades de terrenos para administrar. Este elemento tornava-os mais disponíveis ao estudo e à pregação itinerante, e constituía um testemunho concreto para as pessoas. O governo interno dos conventos e das províncias dominicanas estruturou-se segundo o sistema de cabidos, que elegiam os seus próprios Superiores, sucessivamente confirmados pelos Superiores maiores; portanto, uma organização que estimulava a vida fraterna e a responsabilidade de todos os membros da comunidade, exigindo fortes convicções pessoais. A escolha deste sistema nascia precisamente do facto que os Dominicanos, como pregadores da verdade de Deus, tinham que ser coerentes com quanto anunciavam.

A verdade estudada e compartilhada na caridade com os irmãos constitui o fundamento mais profundo da alegria. O Beato Jordão da Saxónia diz de São Domingos: “Ele acolhia cada homem no grande seio da caridade e, dado que amava todos, todos o amavam. Fez para si uma lei pessoal de se alegrar com as pessoas felizes e de chorar com aqueles que choravam” (Libellus de principiis Ordinis Praedicatorum autore Iordano de Saxonia, ed. H. C. Scheeben [Monumenta Historica Sancti Patris Nostri Dominici, Romae, 1935]).

Em segundo lugar, com um gesto intrépido, Domingos quis que os seus seguidores adquirissem uma formação teológica sólida e não hesitou em enviá-los às Universidades dessa época, embora não poucos eclesiásticos vissem com desconfiança estas instituições culturais. As Constituições da Ordem dos Pregadores atribuem muita importância ao estudo como preparação para o apostolado. Domingos queria que os seus Padres se dedicassem a isto sem poupar esforços, com diligência e piedade; um estudo fundado na alma de todo o saber teológico, ou seja, na Sagrada Escritura, e respeitador das interrogações formuladas pela razão. O desenvolvimento da cultura impõe àqueles que desempenham o ministério da Palavra, a vários níveis, que sejam bem preparados. Portanto exorto todos, pastores e leigos, a cultivar esta “dimensão cultural” da fé, a fim de que a beleza da verdade cristã possa ser melhor compreendida e a fé seja verdadeiramente alimentada, fortalecida e também defendida. Neste Ano sacerdotal, convido os seminaristas e os sacerdotes e estimar o valor espiritual do estudo. A qualidade do ministério sacerdotal depende também da generosidade com que se aplica ao estuo das verdades reveladas.

Domingos, que quis fundar uma Ordem religiosa de pregadores-teólogos, lembra-nos que a teologia tem uma dimensão espiritual e pastoral, que enriquece a alma e a vida. Os presbíteros, os consagrados e também todos os fiéis podem encontrar uma profunda “alegria interior” na contemplação da beleza da verdade que vem de Deus, verdade sempre actual e viva. O lema dos Padres Pregadores – contemplata aliis tradere – ajuda-nos a descobrir, além disso, um anseio pastoral no estudo contemplativo de tal verdade, pela exigência de comunicar aos outros o fruto da própria contemplação.

Quando Domingos faleceu, em 1221 em Bolonha, a cidade que o declarou padroeiro, a sua obra já tinha alcançado grande sucesso. A Ordem dos Pregadores, com o apoio da Santa Sé, difundiu-se em muitos países da Europa, em benefício da Igreja inteira. Domingos foi canonizado em 1234, e é ele mesmo que, com a sua santidade, nos indica dois meios indispensáveis a fim de que acção apostólica seja incisiva. Em primeiro lugar, a devoção mariana, que ele cultivou com ternura e deixou como herança preciosa aos seus filhos espirituais, que na história da Igreja tiveram o grande mérito de difundir a recitação do santo Rosário, tão querida ao povo cristão e tão rica de valores evangélicos, uma autêntica escola de fé e de piedade. Em segundo lugar Domingos, que assumiu o cuidado de alguns mosteiros femininos na França e em Roma, acreditou até ao fundo no valor da oração de intercessão pelo bom êxito do afã apostólico. Só no Paraíso compreenderemos quão eficazmente a oração das irmãs claustrais acompanham a obra apostólica! A cada uma delas dirijo o meu pensamento grato e carinhoso.

Estimados irmãos e irmãs, a vida de Domingos de Gusmão estimule todos nós a sermos fervorosos na oração, corajosos na vivência da fé e profundamente apaixonados por Jesus Cristo. Por sua intercessão, peçamos a Deus que enriqueça sempre a Igreja com autênticos pregadores do Evangelho.

Saudação
Amados peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação de boas-vindas para todos, com votos de que a vossa visita ao lugar da Confissão de Pedro seja rica de graças e luzes do Alto, que vos ajude a ser sempre autênticas e incansáveis testemunhas de Cristo. Em seu Nome, dou-vos a minha Bênção, extensiva aos vossos familiares e comunidades cristãs.”

Encontro Mundial da Juventude Dominicana em Bogotá | IDYM 2013

Por Leonardo De Laquila, Frei Jorge Ferdinando, OP, e Frei Mirko, OP.

Olá companheiros e companheiras. Após duas semanas ricas, porém lotadas de eventos, conseguimos compartilhar com todos as experiências do Encontro Mundial da Juventude Dominicana (e no próximo post, um pouco sobre a Jornada Mundial da Juventude).

Entre os dias 7 e 17 de julho, quatro integrantes do Movimento Juvenil Dominicano do Brasil participaram do Encontro Internacional da Juventude Dominicana, o IDYM (International Dominican Youth Movement). Mateus Amaral  e Leonardo Akira, representando Curitiba, Leonardo De Laquila, representando o  Movimento do Brasil e frei Bruno Moreira, o.p.

Delegação brasileira

Ao fim do encontro de integração e formação do movimento que contou com 200 jovens de diversos países, deu-se início a assembleia IDYM, onde se discutiu e se reorganizou o conselho do movimento internacional.  Antes contava com 3 jovens e 4 religiosos, e agora é formado por 5 jovens e um assessor que estarão ligados ao Promotor do Laicado Dominicano. São eles os novos integrantes da coordenação IDYM:

Coordenador: José Alberto (Espanha), Promotor para Formação: Lyamar Dias Rodrigues (Porto Rico), Promotor para Comunicação: Sean Mundy (EUA), Promotor para Missão – Caridade: Leonardo De Laquila (Brasil) e Promotor de Finanças: Daniel Toledo (Guatemala).

Coordenação Mundial

Parabenizamos nosso irmão Leonardo De Laquila – Léo, atual coordenador do MJD-BR, por esse novo desafio.

Assembléia IDYM

Abaixo, compartilhamos um texto do frei Jorge Ferdinando, em 17 de julho de 2013.

“A experiência de fé viva na realidade concreta da Igreja na Colômbia serviu como horizonte para a reunião, que teve como tema central o nome de ‘Muisca: Sou eu em pessoa’, em referência a um dos grupos indígenas que historicamente habitou a geografia Colômbia e o reconhecimento de que a pessoa, em sua totalidade, concedida em seu mundo como um testemunho para a tarefa de guiar os jovens dominicanos na Colômbia e no mundo.

Nesta perspectiva, a reunião teve a participação de 200 jovens que vieram de regiões diferentes e distantes da Colômbia e do mundo para celebrar a fé.

Foto Oficial IDYM

Eles foram acompanhados pelo Mestre da Ordem, frei Bruno Cadoré, o.p.,

Image

alguns religiosos da Cúria Geral, os membros que compõem a Comissão MJD International, e, finalmente, a família Dominicana Colômbia, que têm apoiado o desenvolvimento da reunião que teve lugar no Campus Santo Alberto Magno St. Thomas University, um lugar de estudo na planície bela e extensa de Bogotá.

Os principais elementos do encontro buscaram um olhar crítico sobre a juventude e seus fenômenos, o conhecimento dos principais projetos da Ordem e da responsabilidade que os jovens podem desempenhar na dinâmica atual da Igreja e das comunidades particulares em que estão localizados. Por sua vez, a reunião permitiu viver os fundamentos da Ordem, na experiência de oração, estudo, vida fraterna e pregação. Os jovens compartilharam a peregrinação ao Santuário Mariano Nacional de Nossa Senhora de Chiquinquirá,

Chiquinquirá

e a realidade da missão em alguns dos lugares onde os dominicanos da Colômbia compartilham seus projetos com os mais necessitados da sociedade.

Missão

Após a reunião, destacou-se a esperança de reconhecer que, enquanto os jovens compreendem a sua crescente responsabilidade na vida da Ordem, as pessoas que encarnam a Palavra na forma Dominicana de vida, vão encontrar, no futuro, novos jogadores em que a ação de Deus vai apresentar na transformação de suas realidades. ‘Eu entendo que eu tenho outros irmãos, em outros lugares, fazendo outras coisas, mas vou construindo uma forma de fazer comunidade de fé, com os meus problemas e os meus sonhos.’ foi o depoimento de Andrea, um dos participantes no final da reunião.

Por fim, não podemos deixar de compartilhar, um texto quentinho do Capítulo Geral da Ordem dos Pregadores, escrito por frei Mirko Vlk, o.p., no dia 29 de julho de 2013.

“Durante a Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco chamou os jovens do mundo a levarem a igreja para as ruas e protestarem. Simultaneamente, o Capítulo Geral da Ordem dos Pregadores enacara a questão de como apoiar, ainda mais, a juventude laica por todo o mundo, na pregação do evangelho.

Na semana passada os meios de comunicação estiveram voltados para a visita do Papa ao Brasil e sua participação nos eventos da Jornada Mundial da Juventude. O Papa Francisco obvimanete considera que a juventude católica é a força que move a Igreja, tanto hoje como no futuro. Isto pode ser facilmente entendido por suas insistentes declarações que os jovens católicos necessitam protestar, sacudir o comodismo e a auto-complacência de uma igreja fechada sobre si mesma. Mas o que isso tem a ver com o Capítulo da Ordem dos Pregadores reunido em Trogir [Croácia], do outro lado do mundo?

Só uma semana antes do começo da Jornada Mundial da Juventude no Brasil, o Movimento Juvenil Dominicano Internacional teve sua própria assembléia em Bogotá, na vizinha Colômbia. Jovens Dominicanos de todo o mundo se congregaram para pensar e discutir seu papel na missão da Pregação da Ordem, e a melhor maneira de contribuir para o movimento da Nova Evangelização e a missão da Igreja. Assim, parece que a juventude da Família Dominicana está claramente em sintonia com a mensagem do Papa para a juventude católica do Mundo.

Muitos mostraram claramente isso viajando de Bogotá para o Rio de Janeiro para saudar ao Papa. Como disse frei Wojciech Delik, membro do Movimento Dominicano Internacional, ‘o encontro de Bogotá concluiu que os jovens não devem ser meros receptores de nossos sermões e conferências, um sujeito de nosso cuidado pastoral. Podem, e frequentemente querem, ser nossos parceiros na Pregação’.

E longe de ser um grupo de velhos falando de tediosos temas legislativos, o Capítulo Geral está na realidade muito interessado no Movimento Juvenil Dominicano Internacional e nas suas atividades. O Movimento foi criado não porque os Dominicanos precisam de novas vocações, ou porque não há mais jovens religiosos. A Jornada Mundial da Juventude no Brasil mostrou que a situação é oposta. O Movimento Juvenil Dominicano Internacional foi fundado com a idéia de conectar os jovens de todo o mundo e fazer-los parceiros na missão de Evangelização.

O Evangelho deve ser pregado e os Dominicanos necessitam convidar para a sua missão os jovens de fé que podem pregar aos outros jovens. Assim , apoiando de todo o coração o Movimento Juvenil Dominicano Internacional, o Capítulo Geral está seguindo a cartilha do Papa para chegar aos jovens do mundo.”

Para conferir o texto na íntegra e no idioma original, acesse aqui a postagem do blog do Capítulo Geral (que está sendo atualizado em tempo real com as novidades do Capítulo).

Fraternos abraços e participem conosco, compartilhando e comentando.