Resenha do Livro “O Espírito Santo, fogo interior, doador da vida e Pai dos Pobres”

por Leonardo De Laquila

O livro “O Espírito Santo, fogo interior, doador da vida e pai dos pobres”, escrito pelo Teólogo Leonardo Boff, busca refletir e fazer uma análise da compreensão da figura do Espírito Santo juntamente com o seu papel durante a história.

Esse texto se apegará a uma de tantas facetas do livro. Aqui trataremos da ação do Espírito junto à vida do ser humano e quais desafios Ele evoca naqueles que se deixam tocar por Sua realidade.

Boff inicia seu livro buscando recordar a característica inventiva e dinâmica de Deus e de como o Espírito nos obriga, para apreendê-lo adequadamente, a pensá-lo a partir de categorias que não deixe que se perca aquilo que Ele é.

“Deus, Cristo, a graça e a Igreja foram pensados dentro de categorias metafísicas de substância, de essência e de natureza. Portanto, por algo estático e sempre já circunscrito de forma imutável. É o paradigma grego feito ocidental pela teologia Cristã” (p.10)

A busca de novos paradigmas de compreensão sobre a realidade desse Deus dinâmico e inventivo vem de encontro com a proposta do Concílio Vaticano II que reconhece o “Espírito de Deus” como aquele “que dirige o curso da história com providência admirável, renova a face da Terra e está presente na evolução” (Gaudim et Spes, 26/281).

Deus está presente e atuante na história. Sua presença permeia todas as realidades e sua ação revela a sua face e seu modo de ser. Muitas são as correntes que se ocupam em traçar o Ser de Deus a fim de melhor expressá-lo. Quando esse movimento de conceituação se torna inflexível, dentro de um fundamentalismo radical, incorre-se no perigo de expressar a projeção racional de desejos ou compreensões pessoais do ser de Deus. O rigorismo reduz a complexidade de Deus a uma categoria mental que não condiz com a sua liberdade.

Como contrapartida a essa leitura fundamentalista, surge o experiencialismo. Aqui, faz-se apologia a todo tipo de experiência que em si deve ser valorizada e respeitada. Mas se não vier acompanhada de discernimento, incorre-se no perigo de cair na particularização e  psicologização do Ser de Deus. Assim, Deus se torna o Deus dos escolhidos, daqueles que são “capazes de experimentá-lo” e não um Pai que age e se autorrevela na vida de toda a humanidade e que nos leva a se comprometer com o Seu Projeto.

Algo que podemos reconhecer em meio à História da Salvação é que Deus se revela a todos que o procuram. A vida humana é habitada por energias, algumas para a morte, outras para a vida e a ressurreição. Mas a característica principal do ser humano, como nos recorda o autor, é o fato de ser portador de consciência, de inteligência, ou seja, do espírito.

“O espírito permeia todo o universo, desde o seu primeiro momento de emergência. Mas no ser humano ele se torna autoconsciente e livre. ” (p.66)

O ser humano é portador privilegiado do espírito e, por isso, consegue se comunicar com Deus e expressá-lo em sua própria vida. O amor é a expressão maior da presença do espírito no ser humano. Por ele, busca-se o encontro com o outro. “É uma entrega que se assemelha à morte, porque é uma entrega incondicional que permite o eu se fundir com o tu” (Pg. 67). O homem-espírito, dentro da tradição da Sagrada Escritura, é um ser para os outros, aberto ao amor e especialmente aberto a Deus e a tudo o que é sagrado.

O que se opõe ao espírito, como nos explica o autor, não é a matéria, mas um outro espírito, um antiespírito, que se rege pelo egoísmo, pela dureza de coração, pelo legalismo, pela impiedade e pela manipulação do sagrado para autopromoção ou vantagens pessoais. Esse é o homem-carne que, fechado sobre si mesmo, sem considerar os outros, exclui e inflaciona o eu a ponto de continuamente se autorreferir.

Visitando o pensamento de Paul Tillichi, Boff recorda que o ser humano, para realizar-se plenamente em sua existência, precisa aprender a correlacionar sua busca com os impulsos divinos. O Espírito quer iluminar a mente humana e, com isso, seus pensamentos, escolhas e ações.  Para isso, é preciso romper com a visão dualista da realidade para, então, conciliar e reconhecer a presença dinâmica de Deus em todas as coisas.

Toda realidade é ambígua, diz Tillichi. Tudo tem sua essência e sua existência. A essência é o lado ideal e puro da realidade. Ela existe em nossa compreensão. A essência de uma árvore, aquilo que a difere dos outros seres, está presente nas inúmeras características que realizam os diferentes tipos de árvores. Aí entra a existência. É a forma que cada árvore possui na realidade concreta. Mas como aplicar essa dinâmica ambígua ao Ser de Deus e à ação de seu Espírito em meio à constante busca de realização do ser humano? “A mensagem cristã produziu três símbolos principais para expressar a vida sem ambiguidade: o Espírito de Deus, o Reino de Deus e a Vida eterna” Afirma Tillichi e seu livro Teologia Sistemática (p. 467).

O Espírito Santo é presença da Vida Divina na vida da criatura. Ele é o Deus presente e atuante na história e é pelo Espírito que essa realidade se concretiza. Presença não significa um simples estar-aí, mas a capacidade de Deus de penetrar e sacramentar a realidade concreta como uma Presença Espiritual. Essa realidade se realiza primeiro no espírito humano que vive a dimensão da fé e do amor, e que, desta, forma experimenta uma superação dessa dualidade ambígua.

O Reino de Deus é a concretização do projeto de amor sonhado por Deus. Esse projeto de um Reino onde as relações são pautadas pela equidade proveniente do amor é antecipado gradualmente pelo Espírito à medida que sua ação toca o ser humano e o movimenta. Desse movimento inspirado pelo Espírito emerge um novo olhar sobre as coisas, um olhar transparente, sem ambiguidades, que suscita no humano o desejo de participação na vida de Deus que se dá na restauração do seu Reino de Justiça e Paz.

Assim, escreve Boff:

“A ação pelos pobres contra a pobreza tem aqui a sua fundamentação teológica. O Espírito está infalivelmente do lado dos pobres, independentemente de sua situação moral, porque são privados de vida e o Espírito quer lhes dar a vida. Mas Ele não tem braços a não ser os nossos. Por isso impele a criar condições de vida para esses empobrecidos e para os condenados a assistir à morte de seus filhos e filhas inocentes, por fome e em consequência de doenças e da fome” (p. 221).

O Espírito é de liberdade e de libertação. E essa realidade nos foi evidenciada pelo próprio Verbo de Deus encarnado. Primeiramente, Jesus libertava de uma representação de Deus, juiz feroz e perscrutador de tudo. Em seu lugar, anunciou um Deus-Pai de bondade, cuja característica principal é ser bom e misericordioso, até para os ingratos e maus (Lc 6,35). Jesus apresenta um Deus que está ao lado dos que sofrem e nos convida a sanar o sofrimento através da prática do amor e da justiça. É o amor que nos faz humanos, em nível pessoal e social. Ele é fonte da realização e da felicidade.

Portanto, o Espírito nos suscita a participar da vida de Deus e de seu projeto. Ele envia os seus Dons para nos ajudar nessa peregrinação, se fazer servidor de sua criatura e permanecer em intimidade com ela. Não é preciso pensar no Espírito para estarmos no Espírito. Se fizermos tudo no amor já estamos objetivamente Nele, já que é o Espírito que nos conduz a essa dimensão.

Referência:
BOFF, Leonardo. O ESPÍRITO SANTO, fogo interior, doador de vida e Pai dos pobres. Petrópolis: VOZES, 2013.

Resenha do Livro “Nome de Deuses: Se minha casa pegasse fogo, eu salvaria o fogo”

por Leonardo De Laquila 

O Livro “Nome de Deuses, se minha casa pegasse fogo, eu salvaria o fogo” é fruto da entrevista de Jean-Yves Leloup, Doutor em filosofia, psicologia e teologia, que integra a coleção Nomes de Deuses, que se originou de um programa de entrevistas realizado por Edmond Blattchen.

Leloup partilha uma grande síntese mística de seu pensamento iniciando pelo Ser de Deus. Ele reconhece a realidade como Una, sem diferenciação entre aquilo que é sagrado daquilo que é mundano. Nessa unidade, Deus se conforma sem nome e com todos os nomes, já que se manifesta de múltiplas formas. Reconhecemos a diversidade da realidade, mas o que ele é nos escapa.

Relembrando Basílio de Cesaréia, afirma “A chuva cai; ela é ‘una’; mas floresce vermelha na papoula, branca na margarida, rosa na rosa”. A essência de Deus permanece inefável como o centro do Sol permanece invisível, continua Leloup, pode-se, contudo, conhecê-lo por meio de seus raios, de suas manifestações ou “energias”. Mas o que “ele é” sempre nos escapa. Por isso, para Leloup, o termo “Aberto” é o nome menos blasfematório para falar do seu Ser.

A experiência de Deus se dá na intensidade do vazio interior, na vacuidade, nos diversos momentos de “nada” de nossas vidas. De resto, o que sentimos não é Ele, mas seus reflexos, suas manifestações.

A palavra Deus vem do latim die, que quer dizer o “dia”, a “luz”. A luz não se vê, ela permite ver. Deus, Luz, não o vemos; não sabemos o que Ele é, mas o vemos nas coisas que Ele nos permite contemplar.

Somos chamados a realizar em nós mesmos uma síntese de finitude, de limite, e, ao mesmo tempo, de abertura ao ilimitado. Há em nós alguma coisa que busca a síntese entre a matéria e o espírito, entre o finito e o infinito, entre o criado e o não criado. Cristo é essa imagem que nos estrutura de dentro, o arquétipo da síntese, “uma imagem estruturante do ser humano”. Nele, Deus e o Humano já não se opõe, mas vivem juntos.

Nesse processo de encontro com o Uno, Jean-Yves Leloup traz um koan japonês. “Minha casa pegou fogo. Nada mais me oculta a Lua deslumbrante”. Minha vida está em ruínas, não há mais obstáculo à visão daquilo que é. Dessa forma, é necessário entrar em um processo de desconstrução das certezas de Deus e da fé para que assim entremos na dinâmica do fogo, a chama de Pentecostes que ao mesmo tempo nos alimenta e nos consome, que numa chama destrói e constrói a Igreja. O amor é chama ardente, uma centelha que não pode nos ser tirada. O Amor é o único Deus que não é um ídolo; diz Leloup, pois só o possuímos quando damos.

Quando desenvolvemos a nossa capacidade de amar, nos permitimos ser permeados pelo Aberto, do contrário, o inferno, acaba por ser o encerramento em nós mesmos, em nossos próprios pensamentos, em nossas concepções “formadas”, que nos impedem de ir em direção ao outro.

“Jesus dizia. Sede passantes” (Evangelho de Tomé) “Sede passantes!” é um convite para o reconhecimento de que estamos de passagem, passageiros na Terra. O mundo é uma ponte, ninguém constrói sua morada em uma ponte. As “bem-aventuranças” poderiam também ser traduzidas como “o caminho”. Cristo tornou passagens todos os impasses de nossas vidas. As inevitáveis situações da vida podem se tornar lugares de passagem, lugar de Páscoa. A própria palavra ressurreição, em seu sentido primitivo de anastasis: ana, “para o alto”, stasis, “colocar-se”; ou seja “colocar-se na profundidade”, “colocar-se nessa outra dimensão” de si mesmo, é um convite de movimento para o crescimento de si.

Todas as grandes tradições, todos os caminhos “iniciáticos” dizem: “É preciso morrer-antes-de-morrer”; trata-se mais de despertar antes de morrer. O homem é verdadeiramente humano naquilo que nele lhe permite superar-se ao outro, seja o outro nosso vizinho, o nosso próximo, aquele que encontramos, ou o Totalmente Outro. A medida que despertarmos para a dimensão mais profunda de nossa humanidade, mais nos divinizamos e, por isso, mais estamos Abertos e diluídos no Ser de Deus.

O processo de aproximação e descoberta do sagrado se dá no caminho do aprender a Orar. Como nos lembra Leloup, “Orar não é pensar em Deus; não é ter ideias sobre Ele. Um monge do monte Atos me dizia.: “Quando estás na presença de alguém, não pensas nele, estás com ele. E se o Ser que é Yod, he, vav, he, YHWH ou Yahwé, ‘Aquele Que É’, ‘O Vivente’, é a Realidade para ti, não se trata de pensar nisso; trata-se de estar com ele. E estar com ele é respirar com ele. É respirar, em teu sopro, o sopro da Vida que te percorre; ser um com ele” (p.68).

A cruz nos recorda o sentido do encontro, já que é o símbolo que mantém juntos aquilo que é vertical e o que é horizontal. Ou seja, o Amor, a abertura para a transcendência; ao mesmo tempo esse sentido do irmão, o amor pelos outros. O amor, nos recorda a Cruz dos cartuxos em sua máxima STAT CRUX MUNDUM VOLVITUR, que faz girar a Terra, o coração humano e as estrelas. Dessa forma, adverte o autor questionando André Malraux, não se pode afirmar puramente que “O século XXI será espiritual ou não existirá”, já que o espiritual chama o material. As linhas se atraem e se complementam.

“Aquilo é belo, eis que vem o feio” diz Lao-Tsé. Não há dia sem noite, não há preto sem branco, não há beleza sem feiura; os contrários se atraem. Leloup afirma então que “O século XXI será teândrico ou não existirá”. Ou seja, esse futuro do humano unirá em cada um de nós aquilo que é material e espiritual ou não existirá. Uma busca espiritual é vivida no psiquismo, que se trata de purificar, e num corpo, que pode sentir outras dimensões e abrir-se a elas.

A proposta de Leloup é a busca de reconciliar em nós a dimensão espiritual e material de modo a educar o olhar para o reconhecimento da organicidade das realidades. Apenas quando se reconhecer a transcendência na imanência, Deus estará transparente em todas as coisas.

Referência:
LELOUP, Jean-Yves. NOMES DE DEUS. Entrevista a Edmond Blattchen. São Paulo, Editora UNESP, 2002.

 

Terço em memória de Dom Tomás Balduíno, OP

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*Por Osvaldo Meca

Esse terço foi originalmente elaborado para se fazer memória de Dom Tomás Balduíno, OP, durante o Espaço Missionário do Movimento Dominicano do Brasil, que ocorreu em julho de 2014, na cidade de Conceição de Araguaia/PA. Às margens do Rio Araguaia, e sob a luz do luar, o Movimento Juvenil Dominicano e a comunidade de Conceição de Araguaia rezaram pela memória desse bispo que viveu sua missão e pregação nas raízes do Brasil, junto aos povos da terra: indígenas, quilombolas, sem-terras, ribeirinhos. No contexto que vivemos, queremos nesse dia 2 de maio de 2020, fazer memória mais uma vez de Dom Tomás Balduíno, e de todo a profecia que ele marcou em tantas vidas. 

 

Creio

Creio em Deus-Pai, todo poderoso, / criador do céu e da terra / e em Jesus Cristo seu único filho, Nosso Senhor / que foi concebido pelo poder do Espírito Santo / nasceu da Virgem Maria/ Padeceu sob Poncio Pilatos / Foi crucificado, morto e sepultado/ desceu a mansão dos mortos / ressuscitou ao terceiro dia, / subiu aos céus / está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso, / de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos / Creio no Espírito Santo, / na Santa Igreja Católica / na comunhão dos Santos / Na remissão dos pecados / na ressurreição da carne / na vida eterna. Amém.

 

1º Mistério

Contemplamos o despojamento de Dom Tomás Balduíno ao se colocar como simples servo para o projeto do Reino. Tomás, a exemplo do próprio Cristo, “esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo” (Fl 2,7) e abraçou com humildade, carinho e vontade o projeto da prelazia de Conceição do Araguaia, assumindo com generosidade ser sal e luz nesta terra de indígenas, posseiros, sertanejos. Rezemos também nesse mistério pelas comunidades que estão ameaçadas com a transmissão da Covid-19 e que sofrem com a falta de cuidado e proteção pelas autoridades. 

 

– Breve meditação

– Pai nosso e dez Ave-Marias

– Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no principio, agora e sempre. Amém. 

Santos e Santas da causa dos pobres, rogai por nós. 

 

2º Mistério

O serviço para Dom Tomás não poderia ser de qualquer jeito, pois, para o povo, há que servir o melhor. Assim como o mestre-sala fala ao noivo nas Bodas de Caná: “Você, porém, guardou o vinho bom até agora” (Jo 2,10), Dom Tomás guardou o melhor para o povo. Fez um curso para aprender os idiomas e os costumes dos indígenas. Também aprendeu a pilotar avião para se fazer chegar mais longe e mais rápido em seu serviço e sua missão, e por providência divina, ganhou um avião.

 

– Breve meditação

– Pai nosso e dez Ave-Marias

– Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no principio, agora e sempre. Amém. 

Santos e Santas da causa dos pobres, rogai por nós. 

 

3º Mistério

Em 1965, Dom Tomás foi nomeado prelado de Conceição do Araguaia. Aqui enfrenta os primeiros conflitos com as grandes empresas agropecuárias, pois elas invadiam áreas indígenas, expulsavam famílias sertanejas e traziam trabalhadores rurais de outros estados, submetendo-os ao trabalho escravo. Dom Tomás, ao combater essas empresas, faz seu anúncio do Reino pautado na vida, e vida em abundância. Inspirados pela festa de São José Operário, façamos memória de todos aqueles trabalhadores que tem suas vidas acorrentadas, e rezemos para que se quebrem os grilhões de todo o tipo de escravidão, um dos projetos essenciais de Dom Tomás. 

 

– Breve meditação

– Pai nosso e dez Ave-Marias

– Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no principio, agora e sempre. Amém. 

Santos e Santas da causa dos pobres, rogai por nós. 

 

4º Mistério 

Um dos mistérios que Dom Tomás sempre contemplou foi o de encontrar Cristo no outro, no irmão. É lá que Cristo se revela, pois é da relação de amor, do desejo de construir a felicidade do outro que o projeto do Reino toma corpo. Sempre vemos imagens de Dom Tomás caminhando, e ao lado do povo. Até mesmo ao lado daqueles que não podem caminhar, quando visita os presos da ditadura e denuncia as torturas que sofrem. 

Dom Tomás está ao lado daqueles que ele serve, de oprimidos, fracos, marginalizados. Ao lado também de colaboradores do Projeto de Deus. Dom Tomás, era, sobretudo, um homem de relações, de redes, de fraternidade. Ele mesmo dizia que “[…] o Reino é a semente menorzinha e um pouquinho de fermento… Daí cresce. É por aí que vem a solução: é de baixo pra cima, é de dentro pra fora”. 

 

– Breve meditação

– Pai nosso e dez Ave-Marias

– Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no principio, agora e sempre. Amém. 

Santos e Santas da causa dos pobres, rogai por nós. 

 

5º Mistério

Celebrar a caminhada é essencial. O povo reunido celebra e partilha aquilo que reza, que pensa, que luta, que conquista e até mesmo o que perde. Jesus antes de se entregar reúne seus amigos para celebrar e partilhar. Neste último mistério façamos memória de nossa comunidade, de nossos amigos, de pessoas que são sinais da ressurreição em nossas vidas. Façamos memória também de todos e todas que em seu cotidiano constroem o Reino caminhando ao lado das pessoas. Para Dom Tomás, “Direitos não se pedem de joelhos, mas se exigem de pé”, em comunhão. 

 

– Breve meditação

– Pai nosso e dez Ave-Marias

– Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no principio, agora e sempre. Amém. 

Santos e Santas da causa dos pobres, rogai por nós. 

 

Façamos uma breve prece:

– Pelo povo de Conceição do Araguaia, escutai a nossa prece.

– Pela memória de Dom Tomás Balduíno, escutai a nossa prece.

– Pela memória de Irmã Dorothy, mártir da terra, escutai a nossa prece.

– Pela memória de Frei Tito, mártir da liberdade, escutai a nossa prece.

– Pelo fim da pandemia da Covid-19, escutai a nossa prece.

– Pelos profissionais de saúde, escutai a nossa prece.

– Pelos povos indígenas, escutai a nossa prece.

– Pelos quilombolas, escutai a nossa prece.

– Pelos sem-terra, sem-teto e sem trabalho, escutai a nossa prece.

– Pelo fim da violência contra as mulheres, escutai a nossa prece.

– Por todos aqueles que estão em missão, escutai a nossa prece.

– Pelo nosso pastor, Papa Francisco, escutai a nossa prece.

– Pela paz na Palestina, escutai a nossa prece.

– Pelos que sofrem com guerras, escutai a nossa prece.

– outras preces espontâneas

 

Salve Regina

Salve, Regina, Mater misericordiæ,

vita, dulcedo et spes nostra salve!

Ad te clamamus, exsules filii Evæ.

Ad te suspiramus gementes et flentes

in hac lacrimarum valle.

Eia ergo, advocata nostra, illos tuos

misericordes oculos ad nos converte.

Et Jesum, benedictum fructum ventris tui,

nobis post hoc exsilium, ostende.

O clemens, o pia, o dulcis

Virgo Maria!

 

Bênção final

 

*Osvaldo Meca é Vogal Nacional MJD do Brasil e assessor leigo do grupo da Paróquia Sagrada Família

Via Sacra

Hoje, 10/04, às 19h30, rezaremos juntos a via sacra!

Mantendo o isolamento social, porém unidos em oração e virtualmente.

Vamos fazer ao lado do computador ou smartphone, um altar. Nele, coloque uma cruz, se possível, confeccionada por você mesmo a partir de gravetos, pequena bacia ou vasilha com água, uma pedra e algo que simbolize a família (ex.fotos dos antepassados).

Para acompanhar o texto da via-sacra, CLIQUE AQUI.

Para entrar na sala vídeo conferência, clique no link abaixo. Caso a sala feche por conta do limite de tempo, segue os demais links.

Zoom 19h30

Zoom 20h10

Zoom 20h50

Nós vemos lá!

Protagonismo Feminino

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Por Giovanna Araújo*

Sempre que penso nas mulheres, me vem a imagem de um rio enorme e caudaloso que temos que atravessar. Umas apenas molham os pés e desistem, outras nadam até a metade e voltam, temendo que lhes faltem forças. Mas há aquelas que resolvem alcançar a outra margem custe o que custar. Na travessia, vão largando pedaços de carne, pedaços delas mesmas. E pode parecer aos outros que do lado de lá vai chegar uma trapo humano, uma mulher estraçalhada. Mas o que ficou pelo caminho é tão somente a pele velha. Na outra margem, chega uma NOVA MULHER”. (Zuleica Alambert)

Na travessia desse enorme rio, na esperança de chegar à outra margem, me questiono: será que o dia da mulher e toda caminhada do protagonismo feminino tem o mesmo significado para todas as mulheres?

Durante essa importante reflexão, é válido lembrar que mesmo que tenhamos violações de direitos parecidas, somos muito diferentes umas das outras, e por este motivo a luta de algumas mulheres acaba sendo muito mais extensiva que a de outras. Sabendo disto, se faz necessária a sensibilização de todas as mulheres para que o protagonismo feminino seja sempre uma caminhada coletiva, onde eu na condição de mulher negra, graduada, e do interior, consiga compreender e colaborar na luta das diferentes realidades das outras mulheres.

Nesse processo de auto conhecimento, e de aos poucos ir compreendendo que mesmo com diferentes obstáculos podemos caminhar juntas, já conseguimos grandes avanços, e eu gostaria de evidenciar um: o protagonismo feminino na saúde. Diferente de outros espaços em que somos minoria, na área da saúde as mulheres são responsáveis por ocupar 65% dos mais de seis milhões de profissionais engajadas e engajados no setor público e privado do Brasil. Em alguns campos específicos como nutrição, psicologia e enfermagem somos mais de 80% responsáveis pela atuação de tais profissões. As últimas três premiações de experiências exitosas no SUS, de 78 pessoas premiadas com os melhores trabalhos, mais de 50 delas foram profissionais mulheres. Além de promover trabalhos excelentes com diferentes temáticas, as mulheres são as grandes responsáveis por desenvolver pesquisas específicas sobre a saúde da mulher, abrangendo desde a saúde reprodutiva, até questões de saúde sexual e violência.

Sermos as maiores responsáveis e reconhecidas por algo tão essencial à vida humana, é motivo de comemoração e muito orgulho, já que por muito tempo tivemos nossas pesquisas e descobertas negligenciadas, afim de favorecer e creditar homens. Mas ainda há muita luta pela frente, e mesmo que tenhamos avançado nas ocupações de espaços, ainda é necessário que estejamos atentas ao protagonismo feminino no Congresso Nacional. Hoje somos apenas 15% da Câmara dos Deputados e Deputadas, mesmo que a população brasileira seja composta por maioria de mulheres. Essa pouca representativa em espaços públicos refletem diretamente na nossa qualidade de vida, visto que, as necessidades a nós direcionadas são sempre colocadas em segundo plano, já que para que qualquer projeto siga adiante é necessário apoio parlamentar. Para que a situação seja revertida, além da conscientização do voto, se faz necessária a vigilância e apoio às nossas companheiras eleitas, isto porque quando ocupamos espaços que nos são negados, a perseguição e retaliação são assustadoras. Dia 14 de março somamos 2 anos da perda da nossa companheira Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, que por não desistir de atravessar o rio enorme e caudaloso na luta por todas as mulheres, acabou sendo vítima da pior das violências: àquela em que perdemos o direito de viver. 

Por essa e outras, sejamos corajosas e vigilantes. Nosso tempo é hoje. Se as pessoas no século XXI insistem em nos negar o direito básico de viver, sejamos Marielle, que mesmo perdendo a vida, impulsiona outras pessoas a não desistirem de lutar pelos seus ideias. Assim como Maria, mãe de Jesus, somos convidadas e convidados a dizer o nosso SIM pela defesa da vida de todas as mulheres, sobretudo as mais marginalizadas e vulneráveis. 

*Giovanna é Coordenadora Nacional do MJD Brasil

Mulheres na Ciência

20200307_183157_0000Por Mariana De Laquila Ohashi*

Recentemente, duas mulheres brasileiras, Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP e coordenadora do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) e Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da FAPESP, lideraram o sequenciamento do novo coronavírus. Um passo importante para saber a origem do vírus e evolução, caminho para possível vacina e sua cura. Jaqueline, durante o seu doutorado, participou da formulação de protocolos de tratamento de outros dois vírus que também são grandes preocupações na nossa saúde pública, o zika e o HIV. 

Diante de atuações tão importantes da ciência, que geram benefícios para a população mundial, recordo esta fala do Papa Francisco, que inclusive já trabalhou em laboratório como técnico de química, em sua conta no Twiiter @Pontifex, por ocasião do Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento, em 2018:

“A comunidade científica hoje é chamada a constituir uma liderança que indique soluções para o desenvolvimento sustentável e integral de todos os povos, indispensável para a construção da paz. #WorldScienceDay

De acordo com a Unesco, as mulheres representam 28% dos pesquisadores em todo o mundo. Mas por que tanta diferença?
Vai além da pura e simples discriminação devido ao gênero. Primeiramente, gostaria de citar os assédios que podem ser tanto moral, quanto sexual que além de desmotivar, afetam psicologicamente as mulheres que o sofrem.

Em segundo, trago o exemplo de Rosalind Franklin, que dirigiu o estudo que permitiu a observação do formato helicoidal do DNA, mas seu nome não foi creditado pela descoberta. Os créditos foram para dois cientistas, James Watson, americano, e Francis Crick, britânico, que acabaram levando o Nobel de medicina em 1962, pela descoberta. 

Outro fato é de que nossa cultura cria mulheres para cuidar da casa, criar uma família e para isso, profissões em que não exija tanto do seu tempo. E homens para terem uma carreira de sucesso, não importa quanto tempo precisam estar longe de casa. Devido pesquisas levarem anos para serem desenvolvidas, mulheres ainda vivem o dilema entre carreira ou filhos, mesmo isso parecendo coisa do século passado. O direito de afastamento por maternidade para bolsistas de pesquisa, é muito recente, sendo conquistado em 2017. Esse dilema vem dessa criação que passa por gerações, de falta de representatividade e a falta de apoio que faz com que meninas cresçam acreditando que não são capazes para seguir em áreas mais complexas.

Trago aqui mulheres históricas, que provam que isso é uma inverdade: Hildegard de Bingen (1098-1179), na idade média, como abadessa, escreveu um livro sobre botânica e medicina; Ada Lovelace (1815 -1852) é creditada como a primeira programadora do mundo por sua pesquisa em motores analíticos; Marie Curie (1867 – 1934) é considera a “mãe da física moderna”, pioneira sobre a radioatividade, pela descoberta dos elementos polônio e rádio e por conseguir isolar isótopos destes elementos. Foi a primeira mulher a ganhar um Nobel e a primeira pessoa a ganhar o prêmio duas vezes, sendo o primeiro em química e o segundo em física; Florence Sabin (1871-1953) ela estudou os sistemas linfático e imunológico do corpo humano. Tornou-se a primeira mulher a ganhar uma cadeira na Academia Nacional de Ciência dos EUA e, além disso, era militante pela igualdade das mulheres; Virginia Apgar (1909 -1974) criadora da Escala de Apgar, exame que avalia recém-nascidos em seus primeiros momentos de vida, e que, desde então, diminuiu as taxas de mortalidade infantil; Ir Miriam Michael Stimson (1913 – 2002), era química, além de Irmã dominicana. Participou na compreensão do DNA; Gertrude Bell Elion (1918 -1999) criou medicações para melhorar sintomas de doenças como Aids, leucemia e herpes, usando métodos inovadores de pesquisa e ganhou o prêmio Nobel de medicina em 1988. Além das duas cientistas citadas no começo deste texto.

Em tempos onde a ciência e a vida acadêmica não são valorizadas e incentivadas pelo nosso governo, se faz necessário refletir para ações que possam melhorar este quadro. Deixo algumas sugestões: ir à museus, valorizar heroínas reais além das da ficção, como as que citei acima. Se você tem proximidade com uma criança, estimule à leitura, a sua curiosidade, e apresente a ciência como divertida, existem vídeos no youtube para isso. Mostrar à meninas que elas podem ser o que quiserem, que dominam suas próprias escolhas, também é importante para construir um mundo com mais igualdade de gênero.

* Mariana é promotora de Comunicação Nacional do MJD Brasil

Mulheres indígenas, presente!

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por Amanda Pankararu*

“No Brasil, todos tem sangue indígena. Uns nas mãos, outros nas veias e outros
na alma.”
Nesse mês comemorativo, enquanto mulher indígena em contexto urbano preciso lembrar que a violência às indígenas e o próprio genocídio dos povos indígenas foi absolvido e incorporado na sociedade tendo como base o mito da democracia racial. Há a tentativa constante de apagar a resistência de segmentos populacionais significativos para sociedade brasileira naturalizando as violências sofridas dos povos indígenas que sobreviveram ao processo de invasão. A  hiperssexualizaçãodos corpos femininos de indígenas é resultado dos inúmeros estupros que nossas ancestrais sofreram, no intuito de um apagamento étnico.

Enquanto o desvelamento desse capítulo da história e o enfrentamento do genocídio dos povos indígenas não fizer parte de uma agenda coletiva das mulheres também não indígenas, o caminho para uma ampliação da libertação de todas as mulheres em âmbito nacional, ainda estará muito obstruído.

É preciso que haja reparação histórica, ou seja, é preciso que haja o reconhecimento de povos originários que tiveram sua existência negada por todos esses anos de construção da sociedade brasileira. E para além disso, é preciso dar ênfase a resistência das mulheres, que foram cruelmente violentadas e impedidas por vezes de ter voz ativa nesses processos, visto que o sujeito masculino sempre esteve presente nas relações humanas com  denotadosprivilégios. Ora tal sujeito masculino, como antagonista direto das negociações interétnicas e liderança da resistência política e pública do povo, ora como estuprador e agente de limpeza étnica.

Na atualidade, com os diversos feminismos sendo pautados constantemente, o desafio lançado para os movimentos sociais é justamente de absorver também as narrativas das mulheres indígenas. Que tenhamos na luta por igualdade de gênero o sentido de avançar na composição de estratégias que consigam contemplar as múltiplas realidades e defesa de direitos de todas as mulheres brasileiras, sendo assim incorporadas as demandas das indígenas como bandeiras de luta todos.

O mundo que defendo é exatamente um lugar onde a consciência coletiva ligada a não opressão de nenhum povo se sobressaia ao individualismo.

Que permaneçamos resistindo para existir!

*Amanda é indígena, pertencente ao povo Pankararu

Oração e vida contemplativa de São Domingos

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Leitor 1: São Domingos teve uma existência muito ativa, de muitas viagens e muitos contatos com as pessoas, de incansáveis andanças apostólicas pelas regiões do sul da França e pela Europa toda.  O ‘carisma’, o projeto de vida que ele vivenciou e transmitiu aos seus seguidores é essencialmente apostólico: tudo em função da missão, tudo para a pregação! Mas ao mesmo tempo ele foi um grande contemplativo, homem de oração e de comunhão profunda com Deus. Santo Tomás de Aquino sintetiza o projeto de vida de São Domingos e dos membros da Família Dominicana no binômio ‘contemplação e ação’: contemplação na ação e para a ação. As testemunhas das fontes dominicana, de maneira especial daqueles que conheceram e conviveram com Domingos, são unânimes em relatar isso. 

Leitor 2: 106. Com muita frequência costumava pernoitar nas igrejas, tanto que nunca ou raramente parecia ter tido um leito para repousar. Rezava assim durante a noite e perseverava vigiando, na medida em que conseguia exigir da fraqueza do corpo. E quando, afinal, acumulando-se o cansaço e afrouxando o espírito, a necessidade de sono gritava mais alto, encostando a cabeça no altar ou em outro lugar qualquer, ou sobre uma pedra, como o patriarca Jacó (Gen. 28,11), descansava um pouquinho e logo recuperava a força do espírito e o fervor da oração.                                                                    (Fonte: B. Jordão,  Libellus, n. 106)

Leitor 3: Nesse próximo trecho somos convidados a rezar o Rosário pedindo a graça para que Deus abençoe os grupos do movimento de seu país e do mundo. Tome na memória as pessoas que tanto fizeram e fazem pela obra do Senhor. 

Olhando a relação que S. Domingos tinha com Deus, observe a própria vida refletindo os pontos frágeis e fortes de sua relação com Deus e com o próximo.


Preparado por: Frei Mariano Foralosso e Leonardo De Laquila

Itinerância apostólica de São Domingos

São Domingos foi um incansável caminhador. A partir da primeira viagem para a Dinamarca, sua vida apostólica foi um contínuo andar nas regiões do sul da França e na Europa toda.  Naquela época não tinha carros, nem trens ou aviões. Os ricos viajavam de cavalo e carroça. Os pobres andavam a pé. Também Domingos andava sempre a pé. Muitas vezes caminhava descalço, para praticar e testemunhar a pobreza evangélica. O estilo humilde e despojado com que se apresentava nos povoados e nas cidades, já era uma pregação. Vivia pedindo esmola e se hospedava onde encontrasse acolhida.  Esse estilo de itinerância lhe permitia, entre outro, de encontrar as pessoas mais de perto, dialogando com elas, partilhando suas dores e suas alegrias, pregando-lhes a Palavra de Deus nas casas, nas igrejas e nas praças. Como Cristo, podia assim se fazer próximo e solidário com os irmãos que encontrava no seu caminho. As longas andanças pelos caminhos, no meio da natureza lhe proporcionavam também tempos longos de silêncio, de oração, de união com Deus.  Os relatos das Fontes dominicanas são muito ricos de informações sobre São Domingos ‘andarilho’ do Evangelho. 

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Oração e silêncio nas viagens

E era este o seu entretenimento quando viajava: ocupar todo o tempo em orações e meditações, exceto quando rezava o Ofício divino ou conversava de alguma coisa útil com os seus companheiros, o que costumava fazer sempre, e exortava os seus companheiros a fazerem o mesmo. Caminhava frequentemente separado dos frades. E nas viagens cantava frequentemente o hino Iesus, nostra redemptio (Jesus nossa redenção), ou a antífona Salve Regina. Tendo a sua alma sempre absorta em meditações e o seu coração inundado em mares de doçura, enganava-se muitas vezes no caminho e perdia de vista os frades. No entanto, nunca ninguém o viu perturbado por ter perdido o caminho, nem culpava disso os seus companheiros. Pelo contrário, vendo-os perturbados por andarem ansiosamente à sua procura, confortava-os dizendo: Não vos preocupeis, por todas as partes pode-se chegar ao céu! 

(Fonte: Vitae Fratrum, parte II, cap. VII)

Hoje vamos refletir sobre o meu compromisso com a missão que Deus me deu.

– Como está minha relação com Deus?
– Minha relação com Ele reflete em uma melhor relação com o próximo?
– Como está o meu apostolado?

 

Participe da Semana de São Domingos de Gusmão nos canais do MJD Brasil

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Aproximamo-nos da festa comemorativa do Santo de Caleruega, o pregoeiro da verdade, Domingos de Gusmão. Por essa razão, o Movimento Juvenil Dominicano preparou uma série de publicações para apresentar um pouco da vida desse ilustre personagem.

São Domingos, homem de personalidade discreta e impactante, mantém-se atual por sua postura agregadora, discreta e visionária. Sentou-se a mesa para dialogar com aquele de pensamento oposto ao seu, desceu do cavalo para estar mais próximo do povo, saiu da zona de conforto, mesmo no medo, seguiu em frente, pois tinha clareza do projeto de Deus e sabia que Ele não o deixaria só.

Ser firme com aquilo que nos é confortável é simples, porém, Domingos não se contentava em falar do Amor de Deus para os que já eram de Deus. Ele queria muito mais, e por isso se arriscava para trazer às pessoas a uma vida mais plena. Sua grande sensibilidade era fruto da intimidade cultivada junto à Aquele com quem conversava tal como um amigo fala com o outro, de forma que, como nos contam os relatos do Beato Frei Jordão, “sempre estava ou falando de Deus para os Homens ou dos Homens para Deus”.

A exemplo de Domingos também queremos ser fogo abrasador e transformador da realidade, dessa forma, somos convidados a nos deixar inspirar pela vida desse Santo.

Acompanhe e participe da Série ”Nos passos de São Domingos de Gusmão através do Blog, facebook e instagram do MJD Brasil.


Texto: Leonardo De Laquila, assessor nacional do MJD Brasil.